127 anos sem a escravatura
Na semana em que se comemoram os 127 anos da abolição da escravatura no Brasil (13 de maio de 1888), realizamos diversas atividades relacionadas ao tema, passando por discussões acerca da herança deixada pelo trabalho escravo em nosso país e pela leitura de textos como: o poema "Navio Negreiro", de Castro Alves; e o conto "Zito Makoa da 4ª classe", de Luandino Vieira. Além disso, produzimos cartazes divulgando a data, assistimos trechos do filme "Amistad", que retrata com fidelidade algumas das atrocidades pelas quais os povos escravizados passaram; e realizamos brincadeiras como: "Escravos de Jó" e um jogo da memória composto por palavras utilizadas no texto de Castro Alves.
Seguem abaixo alguns de nossos cartazes, uma carta que escrevemos para Zito Makoa e um breve trecho do poema, sobre o qual discutimos:
Produções da Turma de Literatura 3
Querido Zito,
Nossos nomes são Ana Laura, Cassiano, Gabriella, Hemilly, Hevilly, Hítalo, Hugo, Jamila, Lucas, Raissa e Danilo; e nós queremos ser seus amigos. Você é muito legal e nós achamos que a cor da pele não importa. Mesmo não te conhecendo, a gente sabe que você é uma pessoa muito boa. Nós queremos te ajudar a defender Angola. Por tudo o que você passou, nós também passamos. Achamos o seu amigo Zeca muito legal e gostaríamos que ele também fosse nosso amigo. Que tal a gente se encontrar um dia? Vocês podiam vir para o Brasil.
Amamos vocês do fundo da nossa barriga!
Grande abraço!
Produção coletiva da Turma de Literatura 1
Navio Negreiro - Castro Alves
Canto V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
[...]
Confira o poema, na íntegra, em:
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